OPALA

Numa tarde banhada pelo sol de inverno, a academia de dança e belas artes Opala é preenchida por música. Ao fundo do corredor que percorre toda a escola, o treino da aula de Jazz ao som de “Almost like being in love” de Nat King Cole é interrompido por gargalhadas provocadas pelos erros das alunas. Os tacões ecoam pela Opala e o seu ritmo entra em conflito com a aula de guitarra que decorre a meio do corredor. A partir da porta entreaberta da sala à prova de som, ouve-se o professor a tocar um improviso no piano enquanto o aluno se esforça por o acompanhar. Mas esse conflito só é testemunhado pelos que se encontram na área de receção. Aqui, engolida por mantas e camadas de roupa quente, a jovem diretora da academia trabalha na sua tese de neurobiologia enquanto pensa numa coreografia para a música que assobia.

A opala, mineraloide, é conhecida pelo seu jogo de cores. Opala, a escola, reflete esse aspeto. As paredes brancas são preenchidas por várias obras criadas pelas professoras de Pintura. Interpretações do corpo feminino e retratos de paisagem esperam pelos trabalhos das alunas e alunos. Por enquanto, fazem companhia às várias pequenas plantas que habitam alguns dos cantos da academia de dança. Pelos outros cantos encontram-se pacotes de bolachas, embalagens de bolos, canecas de café, cadernos, mochilas, garrafas, as provas de que este é um espaço frequentado por quem aqui encontra uma segunda casa.

Oliv